quarta-feira, 25 de maio de 2011

Padrões e metodologia da qualidade são responsáveis pelo crescimento da acreditação internacional JCI no Brasil


Padrões e metodologia da qualidade são responsáveis pelo crescimento da acreditação internacional JCI no Brasil

Nos últimos quatro anos, o crescimento do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), instituição que representa com exclusividade a Joint Commission International (JCI) no país, foi de 100%, em média, em relação a sua carteira de clientes. Nos últimos três anos, por exemplo, o número de instituições de saúde acreditadas saltou de 12 para 23. Atualmente, 80 instituições estão em processo visando a acreditação internacional JCI, entre hospitais, ambulatórios, unidades de cuidados continuados, empresa de transporte médico e programas de doenças específicas.

O Coordenador de Educação e Projetos do CBA, Heleno Costa Junior, atribui esse crescimento a alguns diferenciais prestados pela instituição, como: o manual de padrões internacionais da JCI ser mais voltado para qualidade e segurança do paciente, ao nível de seriedade e exigência da equipe de acreditação do CBA e ao trabalho de consultoria desenvolvido pela equipe técnica do CBA na preparação das instituições para a acreditação. Heleno diz que os próprios clientes apontam o manual de padrões como o primeiro grande diferencial do CBA. “Nosso manual é mais objetivo na descrição dos padrões, na lógica da colocação desses padrões e na proposta de aplicação desses padrões. A metodologia é muito mais objetiva e clara”, argumenta.

Gerente da Qualidade da Rede de Hospitais São Camilo, Daniela Akemi, reforça que o manual JCI deixa muito claro o que deve ser feito obrigatoriamente acerca da segurança do paciente, focando as necessidades de cuidados e segurança, e reduzindo a subjetividade na interpretação dos padrões, propósitos e elementos de mensuração. Superintendente de Desenvolvimento Institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC), Cleusa Enck, reitera a boa estruturação do Manual de Acreditação da JCI. “Conheço com mais profundidade os manuais do CBA/ JCI, mas já trabalhei com o manual do sistema nacional de acreditação. A estruturação dos mesmos é diferente, o Manual da JCI é todo estruturado no formato de processos e metodologia tracer. Já o nacional possui seções focadas em áreas específicas, embora para o nível 3 tenha-se referência de gestão sistematizada da organização”, compara ela, dizendo-se fã da metodologia adotada pela JCI/CBA.

É justamente a metodologia da JCI outro diferencial apontado pelo coordenador do CBA. “Os clientes que já tiveram contato com a nossa metodologia e as dos concorrentes dizem que é muito mais fácil trabalhar com a JCI, pois eles ganham um conhecimento voltado para o dia a dia, para a prática”, afirma Heleno. Para a superintendente institucional do HAOC, a metodologia tracer permite que a avaliação seja fidedigna: “Não mascaramos o formato de assistir o paciente. Por esta metodologia, demonstramos a que tipo de exposição os nossos pacientes se submetem. É uma metodologia fantástica, apesar de árdua, pois a ‘nossa casa’ passa a ser vasculhada, com a diferença que os anfitriões permitem esta prática.” Para Cleusa Enck, a metodologia é altamente educadora, já que procura fazer a rota do paciente. Daniela Akemi reitera que a metodologia é um instrumento essencial na educação dos profissionais. “A metodologia tracer é o coração do modelo de gestão internacional, é a principal busca de evidências objetivas da prática assistencial e de todas as políticas da instituição”, assegura a gerente da Qualidade do Hospital São Camilo.

Akemi ressalta que a consultoria de educação prestada pelo CBA durante a preparação da instituição para a acreditação é bastante relevante para a melhoria da qualidade. “A discussão e o pleno entendimento de conceitos reduz falhas de interpretação, evita retrabalho e desperdício de tempo”, enumera a representante do São Camilo. Segundo Heleno Costa Jr., o papel da consultoria do CBA no processo de educação é o de dar mais funcionalidade ao processo de preparação da instituição para a acreditação. Mas ele ressalta: “o fato de fazermos consultoria e também sermos um órgão acreditador, não implica na obrigatoriedade da acreditação. Para isso, temos estruturas, equipes e coordenação distintas.”

A consultoria do CBA também é considerada vital por Cleusa Enck. “É como preparar-se para uma prova. Os educadores nos ajudam, alertam para as melhores práticas, nos fazem decodificar os padrões. O que importa de tudo isso não é o selo de qualidade e sim o que fizemos para ter este selo conosco. Daí a importância do processo educativo”, defende a Superintendente de Desenvolvimento Institucional do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Equipe do CBA faz análise de projetos para construção de hospitais


O Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA) oferece um novo serviço às instituições hospitalares: a consultoria para análise técnica de projetos de construção de hospitais sob a ótica da acreditação internacional. “Nossa primeira consultoria foi há três anos para o Hospital Anália Franco – AMIL , em São Paulo”, conta Heleno Costa Júnior, Coordenador de Educação do CBA. Embora, o serviço não seja uma novidade, o representante do CBA afirma que só agora a iniciativa tomou fôlego. “Além de trabalharmos para o Hospital Marcelino Champagnat (PR), estamos negociando com outras duas instituições no Rio de Janeiro”, revela.

Para realizar a análise, o CBA possui equipe formada por engenheiros, arquitetos e técnicos em acreditação que discute as necessidades da construção sob os parâmetros da acreditação da Joint Commission International (JCI). “Procuramos obedecer às necessidades do hospital e sugerimos melhorias no projeto”, diz Heleno afirmando que o trabalho vai além da parte estrutural. “No caso do Marcelino Champagnat, por exemplo, estamos fazendo a educação sobre a metodologia e processos da JCI para os gestores já contratados por eles. O intuito é que esses gestores já planejem suas atividades em cima do que preconiza os padrões internacionais de acreditação”, aponta.

Heleno conta que para esse tipo de consultoria, a equipe do CBA leva em consideração o perfil assistencial do hospital e os parâmetros relativos à legislação e os padrões estabelecidos no Manual de Acreditação Hospitalar da JCI. “Temos como regra fazer valer o que for mais rigoroso, a lei ou o padrão. Como estamos falando de um processo de excelência de qualidade, muitas vezes precisamos de um plus, de ir além do que diz a lei para alcançar essa qualidade”, salienta. O coordenador de Educação do CBA assegura que também são avaliados os fluxos e processos. “Se o hospital terá uma farmácia central ou uma farmácia descentralizada. Isso implica em fluxos diferentes de trabalho e em processos diferentes de controle. Hoje a maioria dos hospitais opta por ter uma farmácia central e pequenas farmácias satélites em áreas críticas: centro cirúrgico, unidades intensivas e emergência. Isso facilita a obtenção de medicamentos dentro dessas áreas crítica”, exemplifica Heleno.

Outro ponto crítico observado diz respeito às áreas de expurgo e de materiais de limpeza. “Expurgo é onde ficam guardado todos os materiais que podem ser considerados resíduos, materiais infectantes e lixo. Em geral as pessoas misturam as duas áreas, ou alguns projetos não consideram uma área para expurgo”, alerta o representante do CBA. Outra questão levantada por ele é falta de rota de fuga. “Isso acontece muito em almoxarifados, farmácias, lavanderias, geralmente construídas nos cantos dos edifícios. É preciso que os projetos levem em considerações possíveis situações calamitosas e a valorização da vida humana”, sublinha o coordenador de Educação do CBA.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Novo manual de acreditação traz mudanças ao processo de acreditação


Novo manual de acreditação traz mudanças ao processo de acreditação

Em sua quarta edição, os manuais da Joint Commission International (JCI) são revisados a cada três anos. O novo manual para o setor hospitalar, adotado em todo o mundo a partir de janeiro deste ano, foi revisado e aprimorado pelos 16 membros do Comitê Internacional de Padrões de Qualidade e Segurança (o Consórcio Brasileiro de Acreditação é representado pela Coordenadora de Acreditação, a médica Ana Tereza Miranda). O Manual de Acreditação Hospitalar, versão 2011, conta agora com cerca de 340 padrões e mais de 1.230 itens de verificação. “Além disso, a JCI aumentou o rigor para acreditar uma instituição. Antes, a exigência era de que um hospital cumprisse em 80% as metas propostas no manual. A partir de agora, o índice mínimo é 90%”, adverte Heleno Costa Júnior, Coordenador de Ensino do CBA.

Segundo ele, a nova versão tem um grande diferencial no capítulo que trata da gestão da qualidade e segurança dentro das instituições de saúde. “Houve um aumento no rigor em relação à análise do gerenciamento de indicadores, gerenciamento de eventos adversos e de eventos de sentinela”, avalia dizendo que a perspectiva da JCI foi dar maior grau de profissionalização ao processo de gestão de qualidade. “Isso ficava permeado por algumas iniciativas muito básicas no processo de gestão. Nessa nova versão do manual, a JCI apertou esse rigor. A lógica é fazer com que a instituição demonstre de forma muito técnica e científica como ela faz a gestão dos seus indicadores, principalmente os clínicos, de desempenho”, explica. Critérios mais rigorosos representam a necessidade de um tratamento estatístico dos indicadores com maior seriedade. Heleno exemplifica dizendo que toda vez que uma instituição for publicar ou se utilizar publicamente de um indicador próprio, ela precisará provar que aquele indicador é confiável, através de uma auditoria independente externa. “Será preciso validar os dados do ponto de vista técnico, científico e estatístico”, argumenta. Segundo o coordenador do CBA, poucos hospitais no Brasil têm essa prática. “O Albert Einstein, por exemplo, publica em seu site, a taxa de infecção hospitalar. Para continuar publicando será preciso referendar aquele número com uma instituição independente para certificar que ele foi colhido sob método científico e estatístico. Isso vem ao encontro de uma questão ética, pois a instituição vai publicar um dado que ele apresenta com um bom resultado e que vai gerar uma expectativa dentro da sociedade sobre a qualidade dos serviços daquele hospital”, argumenta.

Outra novidade em relação ao manual é o capítulo que trata da avaliação de desempenho dos médicos. “A instituição deve ter uma avaliação anual de desempenho dos médicos em relação à atividade que cada um deles presta na instituição. O hospital tem que estabelecer um conjunto de critérios e parâmetros de qualidade para avaliar esses médicos e dizer se eles estão em conformidade com esse padrão, se o trabalho está em uma média aceitável, com base técnica e científica”, conta Heleno. Segundo ele, cada instituição deve estabelecer seu o próprio padrão, mas é preciso que cumpra o mínimo estabelecido pelo manual: tempo de permanência, dados de morbidade, utilização de consultas de especialistas, solicitação de exames e procedimentos, padrão de uso de sangue e produtos farmacêuticos em geral e procedimentos cirúrgicos e clínicos, incluindo seus resultados.

O Coordenador de Educação do CBA revela que os hospitais estão passando a contratar estatísticos e epidemiologistas, profissionais especializados em fazer uma análise, por exemplo, dos motivos que levaram cada médico a solicitar exames. “Em pesquisa recente em uma instituição, encontramos 17% de exames desnecessariamente pedidos e, desses, 25% só foram entregues depois da alta do paciente, ou seja, não serviram para nada”, alerta. Heleno adianta que a lógica desta cobrança sobre os médicos não é cercear seus direitos ou trabalho, mas conduzir o aprimoramento dos profissionais que se encontram no mercado. “Muitas das vezes, o próprio médico não sabe que seu resultado não está adequado a padrões que nem existiam, mas que precisam ser criados e mantidos. A lógica é que os médicos sejam avaliados dentro de critérios de consenso do próprio grupo e depois eles recebam o feedback para melhorar ou manter o seu desempenho”, defende Heleno.